Meu pai

 

Meu pai

 

Enrolava o fumo de corda

Num pedaço de papel ou palha,

 E ao acendê-lo, uma labareda lhe clareava a face,

Desaparecendo no ar

 

Depois deixava o olhar

Perder-se em devaneios,

Vagava entremeio a recordações,

Ora doces saudades enroladas como bombons,

Saboreadas ao som do radio em cima da mesa,

Melodias que não lhe davam tristeza,

Mas que lhe faziam sorrir o coração.

 

E nos bons tempos de nossa meninice

em noites frias, junto ao fogão

Contava-nos causos, de sua vida,

De sua imaginação, de sua juventude,

De suas paixões, até dos seus sonhos de então,

E quando falava de assombração,

Aconchegávamos mais ao seu lado,

 Pra nos sentir abraçados pela sua proteção.

 

Autor

Carlos Marcos Faustino

28/09/2014-Domingo -23h50m

 

 

Enrolava o fumo de corda num pedaço de papel ou palha

E ao acender uma labareda lhe iluminava a face

Depois aspirava fundo pra soltar no ar em um segundo

 a fumaça em caracóis que a tudo invade

 

Depois deixava o olhar perder-se em devaneios

Divagava entremeio à recordações, doces saudades

Todas enroladas como fossem deliciosos bombons

saboreadas ao som do radio que em cima da mesa

deixava fluir melodias que não lhe davam tristeza

pois só remetiam a momentos bons

 

Bons tempos estes de nossa meninice junto ao fogão

Onde entre uma tragada e outra

contava-nos coisas de sua vida ou causos de sua imaginação

de sua juventude, de suas paixões

de todos os seus sonhos de então

Assim, aconchegados sempre ao seu lado

sentíamos cada vez mais abraçados com sua proteção

 

Pai! Gratidão por todos os momentos vividos

Tempos que não voltam mais

Que que ficarão eternamente comigo

que me dão saudades, mas me trazem paz

 

 

Faustino Poeta

28/06/2014 - domingo - 23:50

01/08/2023 -terça-feira - 15:58

 

 

 

 

 

 

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