Uma historia de amor
Noite silenciosa e fria. De repente, aquele boêmio vem no seu gingado. Estica o olhar curioso pra um lado, depois pro outro e atravessa a rua. La do alto de sua janela, ela fica sonhando com aquele gato.
Pular lá de cima e cair em pé, quase nos seus braços, bem ao alcance daquele cheiro, era o seu mais ardente desejo: fitá-lo nos olhos, talvez quem sabe até um beijo ou por que não, algo que o levasse a sentir-se compromissado.
Mas qual, ele segue rua abaixo matreiro, provocando gemidos em todas que lá do alto de suas residências, ficam esperando um momento para se entregarem aquele delírio.
No momento, ele parece não ouvir nenhum suspiro, nenhum lamento. Vai seguindo solitário, Talvez pra algum beco a fim de encontrar alguns amigos.
Quem sabe se dentre todos aqueles olhares, ele se apercebesse do verde olhar de Denise, acho que não resistiria, escalaria cada andar daquele prédio. Seria uma noite de amor, afora os impropérios dos que lá de fora se incomodassem com seus sussurros. Mas qual, toda noite é tão igual, ele segue seu caminho distraído.
Denise volta-se pra dentro. Estica-se toda na poltrona da sala, Todos dormem. Fica assim por momentos, seus pensamentos saltam janela afora e segue no rastro daquele perfume. Em qual esquina teria dobrado. Estaria em busca de algum possível caso?
O ciúme acelera seu coração no peito e de um salto ela se põe de pé. Segue até a porta, a sala está toda apagada. Melhor descer pelas escadas, pé por pé. Não queria correr o risco de topar com algum morador conhecido.
Um minuto e está na rua. Sempre tinha ouvido dizer, que naquelas horas da noite, pra uma dama, não é muito aconselhável andar sozinha.
Denise ia rememorando as vezes que ela tivera contato com Eros. Sim, era esse o nome dele.
Mas ele era tão distraído que nunca tinha notado sua presença . Mas hoje, será diferente, hoje eu o encontro e me declaro, pensava.
De repente sufocou na garganta um grito. Ao virar uma esquina lá estava Eros, completamente indefeso. Alguns vagabundos que perambulavam pela noite, talvez porque não tivessem lar pra voltar, talvez porque estivessem procurando briga mesmo, faziam pressão em cima dele.
Seria uma luta desigual, afinal cinco contra um, é claro que seria covardia. Eros não demonstrava medo no olhar, ele sempre fora assim, não era um qualquer latindo nos seus ouvidos que o faria arredar pé e correr.
Denise teria que pensar rápido ou a situação poderia se complicar. Deixou que seu olhar assumisse em instantes um provocador fogo ardente de desejos e se insinuando toda se acercou da cena. Os olhares todos se voltaram para ela.
- Olá rapazes, alguém disposto a me fazer companhia, a noite está tão linda, muito mesmo pra eu ficar sozinha.
-Ora, mas que gata, mas de onde surgiu este espetáculo? O que parecia ser o chefe da gang deixou escapar estas palavras acompanhadas dum assobio galanteador.
Eros aproveitou-se da distração deles e foi nocauteando um a um com os poucos golpes de karatê que aprendera com alguns amigos lá do Beco.
Os poucos que conseguiram se levantar fugiram em desabalada carreira. Denise que olhava a cena toda ao vê-lo vencedor daquele embate aproximou-se mais e mais dele, até ficar num ponto onde suas respirações se confundiam.
-Olá, Eu me chamo Eros e você?
- Denise, foi tudo o que conseguiu dizer.
Estavam hipnotizados, um quase dentro dos olhos do outro. As palavras todas que poderiam ser ditas ficariam pra depois. A sinfonia de amor tomou conta daquela noite silenciosa e fria.
Aquele beco pouco iluminado daquele bairro mal vestido foi o palco pra realização daquele amor que Denise havia sonhado. A rua toda se sentiu despertada.
-“Mas que inferno, quem é que dorme sossegado, primeiro latido de cães, agora gemido de gatos!.”
Autor
Carlos Marcos Faustino
17/12/2017 - domingo – 02:16
Maria Amelia Rodrigues Ribeiro
ResponderExcluirParabéns meu amigo! Deus o abençoe!
17 de dezembro de 2017 às 12:58
Maria Umbelina Pacheco Lima
ResponderExcluirPARABÉNS TEM MUITOS SENTIMENTOS !!DEUS CONTINUE TE ILUMINANDO
17 de dezembro de 2017 às 13:00
Maria Célia Fernandes
ResponderExcluirParabéns! amigo ficou lindo seu conto
17 de dezembro de 2017 às 13:15
Elizabete Aparecida Lopes de Arruda
ResponderExcluirMaravilha! Deus te abençoe sempre.
17 de dezembro de 2017 às 13:22
Edilton Ditinho Campos
ResponderExcluirFicou top! Parabéns!
17 de dezembro de 2017 às 13:23
Silvana Perrella Brito
ResponderExcluirSilvana Perrella Brito Muito bom!
17 de dezembro de 2017 às 13:37
Bruno Meneghello
ResponderExcluirAMEI!!!! Principalmente o pensamento do final kkkkkkkk
17 de dezembro de 2017 às 13:49
Maria Conceição Gava Barreto
ResponderExcluirParabéns... Lindo demais...
17 de dezembro de 2017 às 13:59
Elizabeth Manrique
ResponderExcluirLindo! Adorei!
17 de dezembro de 2017 às 14:24
ResponderExcluirJaci Penteado
Meu amigo.... cada dia mais está se revelando um ótimo escritor.... parabéns.....
17 de dezembro de 2017 às 16:12
Flor Aída
ResponderExcluirPoeta.acabei de ler o conto e achei excelente, parabéns
17 de dezembro de 2017 às 19:55
Sandra Gimenes Menabó
ResponderExcluirParabéns, muito lindo!!
17 de dezembro de 2017 às 20:56
Christina Castello Branco Augusto
ResponderExcluirEu estava imaginando um final tórrido e foi só que entre felinos. Ficou ótimo!!! Parabéns 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
17 de dezembro de 2017 às 22:26
Maria Lucia Gimenes
ResponderExcluirMuito bom, a intensidade do amor se mistura entre humanos e felinos, amei.
18 de dezembro de 2017 às 08:25
Elianai Lee Maestrello
ResponderExcluirUau! Arrasou! Talento é talento! Parabéns amigo! Bjus em seu coração!
18 de dezembro de 2017 ás 11:25
Antonio Carlos Coutinho
ResponderExcluirQue Deus continue te abençoando para continuar a escrever coisas lindas como essa parabéns meu amigo
18 de dezembro de 2017 às 17:35