Pingos de sereno


Pingos de sereno

Quem é que te abraça, no final do dia,
Quando deita e se entrega ao cansaço da rotina,
Que se reflete no brilho das tuas retinas,
Não sou eu, nem mesmo em sonho seria.

Quem é que te envolve nas tuas idas,
Quem é que te acalenta nas tuas chegadas,
Quem é que te faz esquecer as  mágoas,
Quem é que tem você no vai e vem  da vida.

Quem é que fica na soleira, porta entreaberta,
Olhando a rua, na noite tranquila e deserta,
Buscando o brilho de estrelas e a energia da lua,
Pra inundar depois de muita luz a pele tua
Ou inspirando o sereno,
Para juntar depois ao suor do teu corpo moreno,
Bem que poderia ser eu, em pingos transformado,
Só prá ficar refletido ao teu lado,
Depois que o amanhecer trouxesse o sol em teu lençol molhado.


Autor
Carlos Marcos Faustino

26/08/2014-Terça Feira – 00h03m

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