Conto
Janelas da vida
Espreitou pela fresta da janela. A rua silenciosa envolta naquela neblina que caia àquela hora
dava calafrios. Que solidão mais doída. A casa transpirava isso por todos os
cômodos. O sono há muito tempo o deixara na mão. Passava assim as noites dos lençóis à janela na esperança de que o
dia logo chegasse pra que todo aquele silêncio fosse preenchido pelo barulho
comum dos dias.
As imagens da vida que tivera estampavam-se sempre em sua mente. O riso das
crianças, as algazarras com o cachorro, o cheiro do café forte nas manhãs, o
doce sabor dos antigos almoços.
Aos poucos as crianças cresceram e alçaram seus voos. Quando
debandavam pra casa nas férias ou feriados prolongados, a vida explodia
novamente em alegrias. Entre risos e canções tudo era tão mágico.
Os amigos aos poucos também tomaram outros rumos, perderam-se em suas vidas, em seus círculos ou então foram tragados pela roda vida que os levaram a outros planos.
Os amigos aos poucos também tomaram outros rumos, perderam-se em suas vidas, em seus círculos ou então foram tragados pela roda vida que os levaram a outros planos.
A mulher partira há muito tempo. Ficou-lhe o perfume, a expressão feliz apenas no álbum de
fotografias. Era ali que quando lhe dava
saudades revivia tudo.
Mas aquela noite havia algo diferente no ar. Sentia que a qualquer momento alguma coisa
pudesse acontecer. O coração apressava-se
no peito, o seu olhar continuava a procurar alguma coisa que não sabia bem o que era, mas sabia que iria acontecer.
Voltou aos seus lençóis, deitou-se, fechou lentamente os olhos.
Uma tênue luz começou a esgueirar-se
dentro do quarto. Ao seu lado foram preenchendo todos os espaços.
Uma calma infinda inundou lhe a alma. Agora sabia que era chegada a hora. Sentia que terminara seus momentos de solidão. Novamente os afetos antigos estavam todos ao seu lado.
E assim desprendendo-se lentamente deixou o leito e foi se juntando aquelas luzes alvas que tanta paz trazia ao seu coração. Da mesma forma que penetraram no quarto, as luzes pela mesma fresta saíram noite afora. Amanheceu. A vida seguiu a sua trajetória.
Uma calma infinda inundou lhe a alma. Agora sabia que era chegada a hora. Sentia que terminara seus momentos de solidão. Novamente os afetos antigos estavam todos ao seu lado.
E assim desprendendo-se lentamente deixou o leito e foi se juntando aquelas luzes alvas que tanta paz trazia ao seu coração. Da mesma forma que penetraram no quarto, as luzes pela mesma fresta saíram noite afora. Amanheceu. A vida seguiu a sua trajetória.
Autor
Carlos Marcos Faustino
17/01/2014- Sexta feira- 11h57m
Obrigado Antonio por sua visita. Ficarei feliz em seguir teu blog. Ja acessei, não sei se consegui me cadastrar la. Ta tudo em inglês. Da uma olhada e veja se consegui, se não , diga-me como fazer. Fico muito feliz por te-lo também no meu. Abraço
ResponderExcluirTania Maria Gimenes Brochini
ResponderExcluirMuito linda
05 de fevereiro de 2017