Súplica de um guerreiro
Velhos cabisbaixos,
pensativos,
Olhares perdidos em tempos de glória:
Guerreiros das matas,
vitórias, vitórias;
Comida era farta, vinham das caçadas,
Das pescas, das idas e vindas na floresta
E tudo era festa,
cantorias e danças
E enquanto o sol ia... a lua chegava
A noite partia... o dia raiava.
E dos mares, através da matas
Pra clareira nas
tabas vieram
Chicote, chibata, morte
E peste que a tudo devasta,
Minguavam-se as tabas, As ocas tombavam
As vidas ceifavam, mulheres perdiam-se
Crianças então
nasciam e a fome, chegava.
O branco ora expulsava, ora escravizava,
E o índio arfava, o
índio morria
Nas tabas mulheres magrelas
de olhos molhados,
de tetas secas e fome
que no ar pairava.
Tupã! Oh! Tupã! Que manda na chuva,
Que manda no vento e
garoa,
Que manda no canto da
passarada
Que ecoam nas matas,
Nas ondas das águas que morrem na areia
Tupã! Oh! Tupã! Que faz nascer vidas
E que nos dá a morte, nos diz, Oh! Tupã!
Por que esta sorte? Por que nossa raça
Esta sendo extirpada, banida, varrida
Por que nossa terra está sendo tomada?
Dê-nos um motivo, um milagre, um consolo,
Por que tudo isso? Até quando este martírio?
Desperte-nos deste fatal delírio !
Salva nossa tribo,
salva nosso povo?
autor
Carlos Marcos Faustino
09/05/2012- Quarta Feira - 12h00m
autor
Carlos Marcos Faustino
09/05/2012- Quarta Feira - 12h00m
Comentários
Postar um comentário