Emily
As pernas estremeceram e tudo me voltou à cabeça por alguns segundos.
Fiquei ali estático olhando os
escombros do que havia sido o velho
solar. Ainda ecoavam em mim os risos de Emily.
Ela costumava descer as escadas, vindo dos aposentos num cantarolar
que preenchia de alegria todo aquele
espaço. No salão sentava-se ao piano e as notas de uma linda canção ecoavam por
todo o canto. A luz do sol que penetrava
pelas janelas emoldurava aquele angélico
quadro.
Emily era a própria doçura em pessoa. Havia tanta luz
naqueles olhos azuis, tanta graça
naqueles cabelos que balançavam ao toque
do vento, tanta ternura naquele mágico sorriso que a todos encantava.
Quanto tempo já havia se passado daquela fatídica noite. Expulsei de repente de minha
mente aquela cena dantesca.
Havia saído naquela noite para assistir a um espetáculo
teatral no centro da cidade. Os empregados,
que se resumiam a governanta e ao seu marido já haviam se recolhido em
uma pequena residência que ficava nos
fundos do jardim do casarão.
Quando retornei da cidade naquela noite, de longe avistei as
chamas, meu coração aos saltos parecia querer
sair do peito. O mundo ruía aos meus pés. Parecia-me mesmo ainda um pouco distante
ouvir os gritos de Emily entre as chamas.
Depois o silenciar das labaredas e uma fina chuva salpicando
as cinzas.
Eram ecos do passado
que todos os dias insistiam em me fazer parar ali naquele local como se
estivesse em busca da presença de Emily.
Autor
Carlos Marcos Faustino
28/11/2017 – terça-feira- 19:35
Maria Inês Fregonezi
ResponderExcluirMaria Inês Fregonezi Lindo mas triste!!
02 de dezembro de 2017 às 00:24
Antonio Carlos Coutinho
Antonio Carlos Coutinho Muito linda
02 de dezembro de 2017às 07:27
Christina Castello Branco Augusto
Christina Castello Branco Augusto Gostei muito!!!
02 de dezembro de 2017 às 07:41
Maria Umbelina Pacheco Lima
Maria Umbelina Pacheco Lima AMEI MAS TRISTE TAMBEM FIQUEI
02 de dezembro de 2017 às 08:46
Diva Pacanaro
Diva Pacanaro Lindo, mas triste e nostálgico
02 de dezembro de 2017 às 10:28
Telma Bianchi
Telma Bianchi Você escreve muito bem Marcos.Amo ler seus poemas.
02 de dezembro de 2017 às 15:46
Maria Aparecida Reinaldo Marins
Maria Aparecida Reinaldo Marins Vc é dez!
02 de dezembro de 2017 às 16:54
Tania Maria Gimenes Brochini
Tania Maria Gimenes Brochini Que triste!
03 de dezembro de 2017 às 23:42
Regina Helena Abromawischos
Regina Helena Abromawischos .... vocabulário e construção impecavel........mas o final doeu muito....🤔...talvez naquele lugar com o passar dos anos teriam a visão..de uma assombração 👻
03 de dezembro de 2017 às 19:24
Carlos Marcos Faustino
Carlos Marcos Faustino Ja pensei na continuação " A presença de Emily "
03 de dezembro de 2017 às 19:43
Sandra Gimenes Menabó
ResponderExcluirLindo, romântico e um final muito triste. Pobre Emily...
15 de dezembro de 2017 às 12:52
Motomu Gondo
ResponderExcluirParabéns Carlos. Muito bom!
15 de dezembro de 2017 às 13:35
Parabéns Carlos, Lindo texto e com essa melodia fui ao seu passado e voltei, texto maravilhoso
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