A carona


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A Carona  
                                                                                       
                                     

Elizabeth acabara de deixar o curso  colegial.
Sonhadora, no auge dos seus 15 anos, tudo o que mais queria  era  encontrar seu príncipe encantado, alguém que a levaria pra um lugar mágico, onde então viveria a sua primeira noite de amor.
Quantas vezes dormindo realizava este sonho. Despertava ofegante  e  repleta de desejos.
Dentre todos os seus conhecidos não havia nenhum que despertasse amor em seu coração. E ela estava disposta a não se entregar a  qualquer um, teria que ser especial. Teria que ser com o seu príncipe encantado que sabia iria chegar.
Como em sua cidade não havia nenhuma faculdade, prestou vestibular numa cidade bem maior e que não estava tão distante da sua  e assim iniciou seu curso superior.
O ônibus que a levava para a escola vinha de outras cidades e ia ao longo do percurso trazendo alunos de varias cidades.
Foi assim que conheceu Leonardo. Às vezes dava certo de sentarem juntos  e ela foi se  envolvendo aos poucos numa paixão  que a fazia sonhar mais e mais.
Primeiro um toque de mãos e a partir dais surgiram muitos beijos.
Ela nada sabia do rapaz., ele quase não falava de sua família. No ônibus que estavam ele era o único que vinha de sua cidade, ninguém  o conhecia, mas pra Elizabeth, Leonardo  tornara-se  o príncipe que ela sonhara um dia.
Assim transcorreram-se  alguns dias. Viagem vai, viagem vem, o amor crescendo muito também.
Elizabeth já o colocara como personagem principal de seus sonhos. Ali realizara todos os seus desejos. Ansiava muito por este real momento, mas na verdade não se encorajava  a admitir isso.
Certo dia, véspera de feriado, Leonardo mandou-lhe uma mensagem no whatsapp, dizendo-lhe para não tomar o ônibus pra escola naquele dia, porque ele iria de carro. Dai sugeria um ponto de encontro longe de olhares curiosos pra pegá-la e assim dar-lhe uma carona até a escola.
Assim aconteceu. Elizabeth ansiosa saiu de casa  e sorrateiramente dirigiu-se ao ponto de encontro.
Lá estava o seu príncipe encantado, não num cavalo branco, mas num carro  tão imponente como.
Ele desceu e enlaçou-a nos braços como qualquer gentil cavalheiro, abriu-lhe a porta, ela se  assentou e seguiram viagem.


 II             

O relógio já seguia o ritmo das horas. Leonardo disse-lhe que como estavam atrasados, tomaria uma vicinal pra encurtar o caminho.  Elizabeth concordou imediatamente, ela estava inebriada na presença daquele rapaz que mexia com todos os seus hormônios.
De repente  a estrada estava impedida e não dava pra seguir adiante.  Leonardo tomou então um atalho e num dado momento  o carro começou a afogar até parar.
Era uma estrada deserta como uma longa mata ao lado. Elizabeth ficou temerosa, mas Leonardo a tomou nos braços e sugeriu que procurassem ajuda em alguma casa ali por perto.
Embrenharam-se na mata. Leonardo portava um farolete nas mãos, que ia iluminando o caminho.  Num certo instante, numa clareira, pararam pra descansar.
Leonardo acendeu uma pequena fogueira  e então abraçados foram trocando beijos cada vez mais quentes até que Elizabeth estonteada com tantos carinhos ousados foi-se entregando e então aconteceu
Depois do amor, adormeceram um nos braços do outro.
Era quase madrugada quando Elizabeth foi despertando. Leonardo que estava ao seu lado de pé foi se transformando numa forma reptiliana. Elizabeth começou a gritar de pavor com todas as suas forças
Uma nave alienígena foi descendo na clareira ao lado. Uma luz forte  eclodiu sobre Leonardo, ou sobre o que ela supunha ser ele.
 Aquele ser reptiliano que havia feito amor com ela disfarçado na imagem do seu príncipe encantado foi tragado pra dentro daquela nave. 
Sua missão aqui na terra estava cumprida. Ele havia deixado seu sêmen  e em pouco tempo tornaria pra pegar o filho  hibrido que haveria de nascer daquela relação premeditada.
Elizabeth  começou a gritar desesperada. Com todas as suas forças. Clamava por Leonardo e em seguida  gritava como uma louca. Não!  Não!  Não!
Seus pais acordaram desesperados, com aquele grito  de pavor. Correram ao quarto de Elizabeth  e ela sentada na cama ainda gritava desesperada: “ Não! Não! Não!”



           
 Autor
Carlos Marcos Faustino - 
13/11/2017- segunda-feira -13h30

Comentários

  1. Christina Castello Branco Augusto
    Gostei!!!
    1 de dezembrode 2017 às 19:14

    José Rogerio Silva
    José Rogerio Silva Parabéns Carlos Marcos Faustino, muitas vezes o que precisamos é de apenas incentivo. Foi isso que nossa Oficina de Escrita Criativa proporcionou..
    1 de dezembro de 2017 às 20:00

    Regina Helena Abromawischos
    Regina Helena Abromawischos ...muito bom...😉
    1 de dezembro de 2017 às 20:38

    Maria Célia Fernandes
    Maria Célia Fernandes Muito bom amigo! .Gostei
    1 de dezembro de 2017 às 23:53

    Sandra Gimenes Menabó
    Sandra Gimenes Menabó Sonhar...sonhar...fiquei com vontade de embarcar naquela nave para ver a terra toda azul.
    02 de dezembro de 2017 às 00:04

    Bruno Meneghello
    Bruno Meneghello Que loucura hahaha...
    Mas eu gostei 😃👍🏻
    Pobre Elizabeth.
    02 de dezembro de 2017 às 01:17

    Maria Lucia Gimenes
    Maria Lucia Gimenes Adorei, muito criativa.🐣☀️
    02 de dezembro de 2017 às 01:50

    Antonio Carlos Coutinho
    Antonio Carlos Coutinho Adorei parabéns meu amigo por esse dom que sempre nos incentiva
    02 de dezembro de 2017 às 07:31

    Maria Aparecida Reinaldo Marins
    Maria Aparecida Reinaldo Marins Genial. Amei, Marcos.
    02 de dezembro de 2017 às 16:42

    Solange Delgado Chiaradia
    Solange Delgado Chiaradia Adorei ,fui lendo e imaginando vários finais mas realmente vc sempre surpreende,esse final nem passou pela minha cabeça...
    02 de dezembro de 2017 às 22:28

    Tania Maria Gimenes Brochini
    Tania Maria Gimenes Brochini Mas que sonho, ou seria pesadelo....Não importa, ficou muito bom.
    03 de dezembro de 2017 às 23:29

    Alexandre Menphis
    Alexandre Menphis Muito bom amigo. Bem escrito e muito interessante, parabéns. Abraço.
    03 de dezembro de 2017 às 09:30

    Maria Umbelina Pacheco Lima
    Maria Umbelina Pacheco Lima hum sabe que captou bem, já tive sonhos assim,punha todos em casa apavorados,parabéns abraço
    03 de dezembro de 2017 às 14:31

    Idelci Lobo Okazaki
    Idelci Lobo Okazaki Muito bom,adorei.
    03 de dezembro de 2017 às 15:31

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  2. Gildo Soares
    Parabéns meu amigo, que pesadelo heim!

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  3. Diva Pacanaro
    Gostei, muito criativo.
    6 de dezembros de 2017 às 22:06

    Zuza Gimenes
    Zuza Gimenes muito bem escrito. ..gostei
    6 de dezembro de 2017 às 22:54

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  4. Melania Ludwig
    Nossa! Prendeu minha atenção e depois esse final surpreendente! Adorei!
    30 de abril de 2018 às 17:45

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