Melancolia

Melancolia

Ai! Os fados que nas noites canto,
Vão sendo espalhados ao longo do oceano,
Enquanto ao sabor do vento as ondas dançam,
E à lua  tecem  juras os que amam;
Ai! Da minha terra todos os encantos,
Enchem minha alma de tristeza, de alegria,
Como eram doces meu Deus aqueles dias,

Ai! Como já dói no peito as saudades,
Minha aldeia toda enfeitada de flores,
Depois das colinas, repleta de amores,
Minha casa, recanto de felicidades,
Meus anos todos de meninice,
Pastorear as ovelhas  e as cabras,
Depois crescer, arrumar as malas,
Sem nem mesmo ter barba na cara,
Verter um cálice de lagrimas e de ais,
 E ver cada vez mais distante o cais.

Meus pais, num ultimo aceno estampado,
Dois brancos lenços, apenas dois alvos pontos,
Como duas gaivotas perdidas no horizonte,
Descem gotas em meu rosto que a brisa espalha,
E a emoção que chega embarga a minha voz, que falha,
E tudo o que consigo sentir nesse instante,
São coisas que o mar me assovia, Melancolia.

Autor
Carlos Marcos Faustino
09/04/2014-Quarta Feira- 00h20m



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