Ecos de saudade




Ecos de saudade

Cada vez que abro os meus guardados,
Coisas de anos a fio, sonhos, afetos, medos,
Tal qual criança me sinto desvendando mil segredos,
Através das janelas, portas  ,telhados,
E até pelas frestas do tempo vou recordando o passado,

Inda em pé, no alto da escada da praça,  onde perto o trem chegava,
Ao passar por lá hoje inda me vi com meu pai, de mãos dadas,
Em tardes distantes que o tempo ainda hoje encanta,
Dividindo entre nós os carros; ah! Tudo sonhos embalados,
Pelo  apito de quando  ele surgia,  Pela saudade de quando  partia,

Foi la nos meus cinco anos,  a gente morava perto da linha,
Eu tinha um cão de estimação, um gato  e uma galinha,
Todo mundo me pedia  e então  tudo  eu soletrava.
O meu pai então sorria, a minha mãe me abraçava.

Nas noites quando ele saia,   nos bolsos sempre deixava,
Quando a gente noutro dia,  alegre sempre encontrava,
Dois saquinhos de pipoca, e também algumas  balas,
Quão doces são tais lembranças  deste s tempos de criança.

Este eco  de  saudade que sempre habita  meu peito,
 Descompassa o coração, quando a noite procuro em  meu leito,
Reviver  em alguns segundos o que passou,  mesmo um pouco,
Dai afloram mil emoções  e então nos sonhos, busco um consolo.

Autor
Carlos Marcos Faustino
30/08/2013- Sexta-Feira -01h49m


Comentários