Súplica nordestina
Pra este sertão, meu Deus mandai as águas,
Chuva bendita pra
matar a sede da terra,
Olhai senhor! onde é
que foi parar o nosso verde das matas!
Por aqui nem rios, nem cascatas,
A fome se faz estampada, cadavéricos sinais,
Padecem de fome os homens, morrem o s animais,
E vão-se os retirantes pelos caminhos,
Tal qual o ” Inferno de Dante” , reflete a paisagem,
Abutres, as únicas aves que os acompanham nesta viagem,
O ar fétido impregnam-lhes os sentidos,
O clamor dos filhos por comida angustiam-lhes o
coração, os ouvidos,
A alma se desconsola
e o céu é a única testemunha dos seus
gemidos.
Mandai senhor, mandai
as benditas águas,
Pra lavar e levar
embora pra sempre do sertão as
tristezas, as mágoas,
Pra trazer o verde da plantação e povoar de esperança,
O olhar tristonho das crianças,
Pra recompor a fauna que se extingue aos poucos,
Mandai senhor o esplendor
da vida pra esse sofrido povo.
Autor
Carlos Marcos Faustino
20/08/2013- Terça – Feira – 13h02m
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMaravilha de poema!!!
ResponderExcluirParabéns pela sensibilidade e inspiração...
Deixo abaixo uma interação a partir de seu último verso...
Abraço!
Mandai Senhor o esplendor à vida desse sofrido povo
Que crê piamente na chegada de um tempo novo
E no renovo em caminhar por uma fértil estrada
Levar à mesa o pão que é fruto da sua árdua batalha.
Mandai, ó Deus, as águas pra que se estiem as lágrimas
Pra que o verde renasça do seco chão com força máxima
Pra que rebrote a esperança na vida desse Brasil Caboclo
Pra que se acabe a fome que conduz à morte pouco a pouco.
Quebrai a inconsciência e o ócio que habitam na raça humana
E a hipocrisia sem juízo que do desumano egoísmo emana
Apiedai-vos dos nossos irmãos que sofrem da seca do espírito
E incompreensíveis não cumprem os ensinamentos do Cristo.
Um belo complemento meu amigo. Belas palavras, belos versos.Obrigado. Abraço
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