Pão e Sangue
Balança a sacola com pão, pensamentos vãos,
Vão os passos apressados, por si só, lado a lado,
Ali no mesmo compasso com o balançar das mãos,
A sombra refletida no
asfalto, atropela-se no corpo às vezes,
Em dias por ora esparsos, no mesmo trajeto, meses e meses.
Cruzam-se olhares passantes, buzinam os carros,
Latem os cães, tudo parece tão absurdamente distante ,
Os pães se aconchegam
dentro do saco de papel,
Um invisível véu se estende ante sua realidade.
Aquela rua da cidade vai ser sempre a mesma,
Os pensamentos no
transcorrer rápido do tempo,
Acumulados disputam na memória notoriedade,
Até que quase por acaso, nem será ouvido um gemido,
Distraído completamente, num instante, sobe no alto, cai no
asfalto.
Um corpo estatelado, um misto de pão e sangue.
Autor
Carlos Marcos Faustino
24/08/2013 – Sábado – 00h30m
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